O Montreux Jazz Festival, um dos mais renomados eventos musicais do mundo, confirmou quatro nomes de peso para a edição de 2025: Neil Young, Seu Jorge, FKA Twigs e Anavitória. A programação, que ocorrerá entre os dias 4 e 19 de julho na charmosa cidade suíça de Montreux, às margens do Lago de Genebra, reforça o compromisso do festival em reunir artistas consagrados e vozes emergentes em uma celebração plural da música global.

A presença de Neil Young, ícone do folk rock canadense, marca seu aguardado retorno ao festival após quase uma década. Acompanhado pela banda The Chrome Hearts — formada por Micah Nelson, o talentoso filho de Willie Nelson, e o veterano organista Spooner Oldham — Young promete um show extenso, com cerca de três horas de duração, repleto de clássicos como "Heart of Gold", "Old Man" e "Rockin’ in the Free World". Sua participação resgata uma conexão histórica com Montreux, onde já realizou apresentações memoráveis, e evidencia o prestígio da curadoria do evento.

Entre os destaques internacionais também está a britânica FKA Twigs, artista conhecida por performances inovadoras que transcendem gêneros e mídias. A cantora, dançarina e diretora audiovisual deve apresentar um espetáculo imersivo baseado em seu repertório mais recente, combinando elementos de música eletrônica, R&B alternativo e arte performática. Twigs, que tem sido amplamente celebrada por álbuns como LP1 e Magdalene, traz ao festival uma abordagem vanguardista que conversa com o espírito criativo e experimental do Montreux Jazz Festival.

Do Brasil, dois nomes se destacam entre os confirmados. Seu Jorge, referência internacional da música popular brasileira, volta ao palco do Montreux trazendo seu carisma e sua voz única, que mistura samba, MPB e soul. O artista, que ganhou projeção mundial com sua interpretação de clássicos de David Bowie no filme "A Vida Marinha com Steve Zissou", deve apresentar um repertório que inclui sucessos como "Amiga da Minha Mulher", "Burguesinha" e "Mina do Condomínio", além de possíveis colaborações e homenagens ao samba raiz.

A dupla Anavitória, formada por Ana Caetano e Vitória Falcão, representa a nova geração da música brasileira com suas melodias doces e letras introspectivas. 

Conhecidas por canções como "Trevo (Tu)", "Ai, Amor" e "Porque Eu Te Amo", as artistas levarão ao público suíço um show intimista e poético, consolidando sua presença em palcos internacionais. A participação das duas no Montreux Jazz Festival é um marco importante para suas carreiras e para a representação da música contemporânea brasileira no exterior.

A escolha desses quatro artistas reflete o compromisso do Montreux Jazz Festival com a diversidade de estilos e nacionalidades. Criado em 1967 por Claude Nobs, o festival começou com foco exclusivo no jazz, mas ao longo das décadas expandiu seu escopo para incluir soul, rock, pop, música eletrônica e ritmos globais, sem perder sua identidade. Hoje, Montreux é reconhecido como um espaço de encontro entre tradição e vanguarda, um palco onde mestres consagrados dividem espaço com talentos emergentes.

Presença brasileira na história do festival

O evento mantém ainda sua forte ligação com o Brasil, país que já teve presenças históricas em edições anteriores. Elis Regina, por exemplo, encantou o público em 1979 com um show emblemático ao lado do pianista César Camargo Mariano. Outros nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Gilberto, Hermeto Pascoal e o grupo Timbalada também marcaram a história do festival. Em 2025, além de Seu Jorge e Anavitória, o line-up ainda conta com a presença de Amaro Freitas, pianista pernambucano que vem ganhando destaque na cena do jazz contemporâneo com seu estilo experimental e ancestral.

O Montreux Jazz Festival também promove o “MJF Spotlight”, uma plataforma dedicada a artistas emergentes do mundo todo. Entre os nomes selecionados para esta edição estão jovens brasileiros como 2L e BOND’BRASIL, que misturam ritmos tradicionais com linguagens modernas e devem trazer um toque tropical e inovador à programação.

A edição de 2025 contará com mais de uma dezena de palcos espalhados pela cidade, sendo muitos de acesso gratuito, o que reforça o caráter inclusivo do evento. O principal palco, no Montreux Music & Convention Centre, é reconhecido internacionalmente por sua acústica impecável e proximidade com o público, favorecendo experiências musicais únicas e memoráveis.

O cartaz oficial desta edição foi assinado pela artista britânica Lakwena, que homenageia Nina Simone com uma obra vibrante e simbólica. A frase central da arte, “ALL YOU SEE IS GLORY”, remete à performance histórica de Simone no festival em 1976, quando interpretou a canção “Stars”. A peça é um tributo à força expressiva das mulheres negras na música e à herança multicultural do Montreux Jazz Festival.