O Rio de Janeiro foi nomeado Capital Mundial do Livro de 2025 pela UNESCO, tornando-se a primeira cidade de língua portuguesa a receber essa honraria. O reconhecimento internacional destaca o comprometimento do Rio com políticas públicas voltadas para a democratização da leitura, valorização da literatura nacional e inclusão social por meio da cultura. O título entrará em vigor no dia 23 de abril de 2025, coincidindo com o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, e dará início a um ano inteiro de atividades literárias em toda a cidade.
A escolha da cidade foi baseada em um plano de ação amplo, acessível e inovador, que propõe transformar o livro em protagonista da vida urbana, cultural e escolar carioca. A programação vai incluir eventos em todas as regiões da cidade, desde grandes festivais internacionais até oficinas em comunidades periféricas, promovendo o livro como instrumento de cidadania, diversidade e transformação.
O projeto aposta na mobilização de escolas, bibliotecas, coletivos culturais, editoras independentes e organizações sociais para ampliar o alcance da leitura e fomentar a bibliodiversidade. O calendário de ações contará com eventos de grande visibilidade, como a Bienal Internacional do Livro do Rio em edição especial, o Book Parade com performances literárias nas ruas, projetos de leitura em favelas, distribuição gratuita de livros em transportes públicos e atividades em bibliotecas escolares e comunitárias. A meta é atingir leitores de todas as idades, promovendo o acesso ao livro tanto em formato físico quanto digital.
O impacto esperado vai muito além da promoção da leitura. A iniciativa deve fortalecer o setor editorial nacional, criar oportunidades econômicas na cadeia do livro e deixar um legado duradouro de políticas públicas para a formação de novos leitores. A integração entre cultura, educação e tecnologia é um dos pilares da proposta, que também prevê a capacitação de mediadores de leitura, professores e bibliotecários, além da modernização de bibliotecas públicas e escolares com recursos de acessibilidade.
Autores, editoras e entidades do setor literário comemoraram a nomeação. Escritores como Conceição Evaristo, Ailton Krenak e Itamar Vieira Junior destacaram o potencial do projeto para romper barreiras elitistas no acesso à literatura e valorizar vozes historicamente marginalizadas. Editoras independentes veem na Capital Mundial do Livro uma chance de ampliar sua visibilidade e alcançar novos públicos, tanto no Brasil quanto no exterior. A Prefeitura do Rio já lançou editais para financiar projetos culturais e literários em toda a cidade, priorizando iniciativas de impacto social e territorial. O envolvimento da sociedade civil, escolas, universidades e centros culturais será essencial para garantir que o livro esteja presente em todos os espaços da cidade, dos bairros centrais às zonas mais afastadas. A expectativa é que o projeto aumente o índice de leitura, melhore a compreensão leitora entre jovens e crie uma relação mais afetuosa e cotidiana da população com a literatura.
O título também representa uma oportunidade estratégica de posicionamento internacional para o Rio, promovendo turismo cultural, intercâmbio literário e valorização do patrimônio imaterial brasileiro. A cidade se tornará referência global em práticas de incentivo à leitura, podendo inspirar outras iniciativas semelhantes no Brasil e em países de língua portuguesa.
Ao ser reconhecido como Capital Mundial do Livro 2025, o Rio de Janeiro assume o protagonismo na valorização do livro como bem cultural essencial. Mais do que celebrar a literatura, o projeto reafirma o direito à leitura como um direito humano e propõe a construção de uma cidade mais justa, leitora e democrática. Com um ano inteiro de eventos e ações transformadoras, o Rio mostrará ao mundo que cultura também se escreve com livro na mão, voz ativa e páginas que contam histórias de resistência, sonho e identidade.